Curiosidades não tão gloriosas acerca da Idade Média.

domingo, 6 de março de 2011

Boa noite. No post de hoje trarei algumas curiosidades um tanto mal-cheirosas, mas não menos engraçadas, sobre a Idade Média.

- Ao se visitar o Palácio de Versailles, em Paris, observa-se que o suntuoso palácio não tem banheiros. Porque? Na Idade Média, não existiam escovas e pastas de dente, perfumes, desodorantes, muitos menos papel higiênico. As excrescências humanas eram despejadas pelas janelas do palácio. (Eu sinto MUITÍSSIMO por quem passava naquele lugar na hora errada.)

- Em dia de festa, a cozinha do palácio conseguia preparar banquete para 1.500 pessoas, sem a mínima higiene. (Vai uma salada aí?)

- Não havia o costume de se tomar banho devido ao frio e à quase inexistência de água encanada. O mau cheiro era dissipado pelo abanador. Vemos, nos filmes de hoje, nobres sendo abanados por seus súditos. A explicação não está no calor, mas no mau cheiro que exalavam pôr debaixo das saias, que propositalmente eram feitas para conter o odor das partes íntimas já que não havia higiene. Só os nobres tinham lacaios para abaná-los, para dissipar o mau cheiro que o corpo e boca exalavam, além de, também, espantar os insetos.

- Na Idade Média, a maioria dos casamentos ocorria no mês de junho, para eles, o início do verão. A razão é simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio; assim, em junho, o cheiro das pessoas ainda era tolerável. Entretanto, como alguns odores já começavam a incomodar, as noivas carregavam buquês de flores, junto ao corpo, para disfarçar o mau cheiro. Daí termos maio como o "mês das noivas" e a origem do buquê de noiva explicada.

Desapontada? Eu também.
- Os banhos eram tomados numa única tina, enorme, cheia de água quente. O chefe da família tinha o privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham os outros homens da casa, por ordem de idade, as mulheres, também por idade e, por fim, as crianças. Os bebês eram os últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão suja que era possível "perder" um bebê lá dentro. É por isso que existe a expressão em inglês "don't throw the baby out with the bath water", ou seja, literalmente, "não jogue fora o bebê junto com a água do banho", que hoje usamos para os
mais apressadinhos.
Pensei mas não consegui achar uma legenda pra isso, seria muito humor negro.
- O telhado das casas não tinha forro e as vigas de madeira que os sustentavam era o melhor lugar para os animais - cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem. Quando chovia, as goteiras forçavam os animais a pularem para o chão. Assim, a expressão "está chovendo canivete" tem o seu equivalente em inglês em "it's raining cats and dogs". (De veio o infeliz canivete?)

Não é exatamente um bom cenário pro chá das cinco.


- Aqueles que tinham dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o material, fazendo com que muita gente morresse envenenada (lembremos-nos de que os hábitos higiênicos, da época, eram péssimos). Os tomates, sendo ácidos, foram considerados, durante muito tempo, venenosos. Os copos de estanho eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o indivíduo "no chão", numa espécie de narcolepsia, induzida pela mistura da bebida alcoólica com óxido de estanho. Alguém que passasse pela rua poderia pensar que ele estivesse morto e, assim, recolhia o corpo e preparava o enterro. Mas como saber que o cara não estava morto? O corpo era, então, colocado sobre a mesa da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, em vigília, comendo, bebendo e esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí surgiu o velório, que é a vigília junto ao caixão.

Err, por acaso não teria um copo descartável aí, teria?
 - A Inglaterra é um país pequeno, onde nem sempre havia espaço para se enterrarem todos os mortos. Então, os caixões eram abertos, os ossos retirados e postos em ossários e o túmulo utilizado para outro cadáver. Às vezes, ao abrirem os caixões, percebia-se que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo. Surgiu, assim, a idéia de, ao se fechar o caixão, amarrar uma tira no pulso do defunto, passá-la por um buraco feito no caixão e amarrá-la a um sino. Após o enterro, alguém ficava de plantão ao lado do túmulo, durante uns dias. Se o indivíduo acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar. E ele seria "saved by the bell", ou "salvo pelo gongo", expressão usada por nós até os dias de hoje.

Ding-dong. Quem é? Ah, minha vida, seja bem-vinda.

- A Peste Negra na Europa ocorreu, porque as pessoas acreditavam que quem tivesse um gato era uma bruxa. Logo todos os gatos foram queimados, deixando os ratos (com as suas doenças) circular livremente e multiplicar-se.

De repente, ele não parece tão mal assim.
- Em 1152, Leonor, mulher de Luís VII, rei da França, brigou com ele, sob pretexto de que o rei raspara a barba. Divorciada, casou-se com Henrique II, rei da Inglaterra. Luís VII, não gostou, principalmente porque lhe foi exigido que devolvesse o dote e declarou guerra ao rival britânico. O conflito passou à História como a Guerra da Barba.


Naquela época meu querido, você seria excomungado, e possivelmente divorciado.

- Jane Seymour, terceira das seis mulheres com quem o rei Henrique VIII, da Inglaterra, se casou, morreu por falta de banho. Ela tinha fobia patológica de água e não deixou que suas criadas a banhassem depois que deu à luz o filho Eduardo VI. Pegou uma infecção e morreu em 12 dias, aos 28 anos. Henrique VIII encomendou para ela um funeral monumental, no Castelo de Windsor, onde anos depois ele também foi sepultado – Jane é a única das seis mulheres enterrada com o marido. Seu filho, Eduardo VI, foi coroado quando tinha 1 mês de idade e foi o primeiro monarca anglicano da Inglaterra. Morreu aos 16 anos.

Quem acha que o Rei Henrique VIII era assim como no The Tudors, está muito enganado.

Bom, é isso, espero que tenham gostado.

Vinicius Uzêda.

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